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Chapada dos Guimarães – fundamentos históricos

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Os fundamentos históricos de Chapada dos Guimarães são contemporâneos aos de Cuiabá. Em 1726, o Capitão General da Capitania de São Paulo, Dom Rodrigo Cesar de Menezes, cedeu, através de carta de sesmaria, uma extensa área de terras a Antonio de Almeida Lara. Almeida Lara era sorocabano e tinha a patente de tenente coronel.

A sesmaria denominava-se Buriti Monjolinho e a sede foi edificada no lugar onde se encontra atualmente a Escola Evangélica de Buriti. O sesmeiro dotou a propriedade de  engenho de cana-de-açúcar e, a seu mando, inúmeros escravos deitaram sementes de cereais em terras chapadenses. Antônio de Almeida Lara abriu a sua fazenda em 1722, no entanto, havia chegado a Cuiabá em 1719 numa das levas de bandeirantes pioneiros.

Igreja de Santana por volta de 1929

A fundação oficial do núcleo que originou o atual município de Chapada dos Guimarães deu-se no ano de 1751. A primeira denominação foi Sant’Ana da Chapada, nome da célebre missão dos jesuítas comandada pelo padre Estevão de Castro. Mais tarde, o nome foi alterado para Chapada de Cuiabá. Não demorou muito e o nome foi novamente modificado, desta feita para Sant’Ana da Chapada de Guimarães. Nesta ocasião governava a Capitania de Mato Grosso o Capitão General Luíz Pinto de Souza Coutinho – Visconde de Balsemão, que, acatando sugestão de portugueses naturais da cidade de Guimarães, acrescentou à denominação de Sant’Ana da Chapada o termo “de Guimarães”. Outra fonte dá o termo como homenagem ao Duque de Guimarães, por imposição do mesmo Visconde de Balsemão.

Em 1814, o povoado foi elevado à categoria de Freguesia. Através da Lei Provincial nº. 219 de 11 de dezembro de 1848, a localidade transformou-se em Distrito Administrativo. O Distrito de Paz de Chapada foi criado em 1875.

Por várias décadas o lugar passou ao letargo do progresso. Em meados da primeira metade do século XX, por muito pouco o território que hoje constitui o município de Chapada dos Guimarães não tornou-se a capital de todos os mato-grossenses, pois o presidente do Estado, Mário Corrêa da Costa, que governou o quadriênio 1926-1930, pretendeu criar Mariópolis, em terras de Chapada uma capital para Mato Grosso.

O local escolhido fica na atual estrada que da Chapada demanda o Rio da Casca, bem além do Morro da Geodésia (Mirante) e aquém da Caverna do Francês ou Lagoa Azul. Escolhido o lugar, foi criada uma Comissão Urbanística, que traçou os planos para a nova capital, com ruas e avenidas retas e largas e amplas praças arborizadas, para o lazer da população.

No dia 14 de julho de 1927, em meio a uma grande cerimônia pública, o governador Mário Corrêa lançava a pedra fundamental de Mariópolis, em homenagem a seu criador, antecedendo, em muito, a criação de Brasília e de outros grandes centros urbanos, previamente traçados urbanisticamente. No entanto, por questões políticas, com a vitória da Revolução de 1930, Mário Corrêa não conseguiu levar adiante seus projetos. Seus planos, não concretizados, foram simplesmente arquivados e o sonho de Mariópolis sucumbiu.

Franciscanos

O Papa Pio XII, em setembro de 1940, criou a Prelazia de Chapada dos Guimarães. A 26 de outubro de 1941, Dom Wunibaldo Talleur, franciscano, com apenas 35 anos de idade, tomou posse da Prelazia. Iniciou-se um período de trabalhos e realizações proveitosas para a comunidade, até então completamente abandonada pelo governo do Estado.

O município, com o nome de Chapada dos Guimarães, foi criado em 15 de dezembro de 1953, através da Lei Estadual nº. 701. A instalação oficial do município foi no dia 6 de fevereiro de 1955, com a posse do primeiro prefeito eleito, Sr. Adalberto Sampaio de Farias. Dentre suas principais obras destacou-se a implantação da rede de distribuição de água e da iluminação elétrica permanente, ligada ao sistema de rede elétrica da Usina do Rio da Casca.

O Decreto-Lei-Federal nº. 97.656, de 06 de abril de 1989, criou o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, com o fim de preservar toda a riqueza arqueológica e natural do lugar. O documento que criou o parque é legal, no entanto, nunca foi respeitado, pelo menos até quando estas linhas eram reescritas. Empresários e gente da alta sociedade cuiabana “arrancharam-se” em terras reservadas, aproveitando-se das belezas naturais do lugar para construirem casas de veraneio e “estâncias”.

Em 1994, a Assembléia Legislativa de Mato Grosso pretendeu retornar a denominação de Chapada dos Guimarães para Chapada de Guimarães. A lei foi vetada pelo Governador Jayme Campos, permanecendo o topônimo Chapada dos Guimarães.

Texto: João Carlos Vicente Ferreira.
Fonte: http://mteseusmunicipios.com.br

One thought on “Chapada dos Guimarães – fundamentos históricos”

  1. “…acatando sugestão de portugueses naturais da cidade de Guimarães, acrescentou à denominação de Sant’Ana da Chapada o termo “de Guimarães”. Outra fonte dá o termo como homenagem ao Duque de Guimarães, por imposição do mesmo Visconde de Balsemão.”
    Na verdade, o nome de Chapada dos Guimarães, deve-se ao cumprimento, por Sousa Coutinho, de um “Bando” do Marques de Pombal, datado de 1758, para que se dessem nomes às vilas, arrais de Mato Grosso, a nomes que lembrassem o reino português. Isto acontece em plena revisão das fronteiras entre os domínios espanhóis e portugueses, no Atlântico sul, depois das descobertas de ouro nas regiões de MT e Goiás. Só no governo de Sousa Coutinho, este Bando foi posto em prática. Assim nascia o “Lugar de Guimarães”, em 1769. Homenagem à cidade considerada berço da nação portuguesa. Um adendo: Lá também vivia aquela que viria ser a esposa de Sousa Coutinho: a poeta Catarina de Lencastre. Quem sabe não quis homenagear o rei a noiva?

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